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Gott ist tot

Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós!

– Assim falava o filósofo Friedrich Nietzsche por meio do seu famoso Zaratustra. Embora essa seja uma impossibilidade lógica, caminha para se tornar uma realidade sociológica, particularmente no universo da saúde.

O avanço da técnica e da tecnologia, sempre querido e necessário, trouxe consigo um incomodo distanciamento de certas raízes do cuidado em saúde, particularmente daquelas relacionas a aspectos psicoafetivos da relação profissional-paciente. Por tabela, Deus foi chutado para escanteio.

Para alguns o conceito de Deus se resume a uma ideia difusa de uma certa entidade que reúne em si toda um miríade de superstições e crenças tolas, outros o compreendem como uma espécie muleta psicológica para que o homem possa lidar com sua precariedade e impermanência. Essas e outras perspectivas, igualmente rasas, presentes dentro dos quartéis da saúde são fortes empecilhos para que a espiritualidade possa compor parte do cuidado em saúde.

Mas enquanto o mundo acadêmico toma o café no velório de Deus, o restante da sociedade vive um verdadeiro carnaval religioso. Multiplicam-se as formas de religiosidade e espiritualidade, muitas delas difusas e sincréticas, em uma tentativa desesperada de reconectar o ser humano a um propósito e sentido de vida maior, levando o indivíduo a resgatar sua dignidade ao perceber-se parte de uma realidade que ao mesmo tempo o envolve e o transcende.

Esse chamado à transcendência faz-se mais agudo com o adoecimento. Despido do supérfluo, o ser humano parte em busca de fontes de esperança e, não raramente, o faz por meio das trilhas da espiritualidade rumo a Deus. A escolha é onde colocar Deus, mais próximo ou mais distante?

Felipe Moraes Toledo Pereira

Médico Oncologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 

Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Espiritualidade e Saúde da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Formação em Teologia pelo CTAP da Arquidiocese de São Paulo e graduando do Centro Universitário Claretianos.

Professor Fundador do IES – Instituto Espiritualidade e Saúde.