A criança constrói sua espiritualidade a partir da religião da família, e esta dimensão pode contribuir na humanização deste indivíduo, auxiliando-o na construção de sua personalidade. É importante frisar que a criança deve ser respeitada em seu modo de vivenciar a espiritualidade. Valores como a vivência do amor e do altruísmo devem ser estimulados e, da mesma forma, ser oferecido um ambiente propício para a criança desenvolver seu relacionamento com Deus ou um poder superior.

A vivência da espiritualidade proporciona a construção de segurança, afetividade, e também de sua fé. Isto pode confortar a criança em situações adversas, além de aproximá-la de sentimentos de gratidão, respeito, empatia e compaixão.

Estudos recentes têm mostrado que frequentar atividades espirituais desde a infância é eficaz para evitar o uso de drogas ou abuso de álcool na adolescência e juventude. Verificou-se que uma infância onde os pais oferecem uma aproximação com a espiritualidade contribui para que o futuro jovem se envolva menos em comportamentos de risco. Adolescentes religiosos ou envolvidos com a espiritualidade, em geral, mostram uma atenção maior quanto à manutenção de seu bem-estar e autopreservação.

A religiosidade e a espiritualidade podem ser fatores protetores atuando como um apoio na estruturação da família, fornecendo informações quanto aos pontos negativos do uso de drogas, além de – em algumas religiões – colocar regras objetivas em relação a abstinência de substâncias ilícitas.

Profissionais promotores de saúde mental devem considerar que seus clientes integrem crenças e práticas de religiosidade e espiritualidade nos contextos de tratamento, observando o cuidado de que os clientes indiquem esse interesse.